sábado, 11 de abril de 2009

Carta Desmantelada

Hoje, ao acordar, sentia um aperreio dentro da alma que me fazia pensar em quem nós éramos. Quem eu sou? Não ouvi respostas e tive medo. Continuei o dia taciturno, ruminando sobre nós. Não sabia o que fazer ou se sabia tinha medo...

Tua mudança, garota, foi tão bruta que não havia quem não notasse. Tentei prever o desencanto, bem sabes; previ, mas não totalmente, estava com medo.

Tive frio, tive sede. Havia tanta insegurança em mim que nem Nietzsche podia me consolar. Fui tolo e percebi o cheiro da traição: badalações, novas coisas encantadas, amigos... pra que se explicar? Não precisas de cartas, garota. Não precisamos de cartas a menos que sejam sinceras!

Alegra-me ver que agora meus estúpidos consolos (ou seriam ridículos?) se voltam contra mim. Dói-me ser o desmantelo intelectual que eles te causaram minha menina; é uma pena que teu encontro contigo tenha sido nosso desencontro...

Agora podes fazer o que quiseres, materializar tuas fantasias já tão sólidas de outrora, não tens mais um empecilho, mulher, nunca tiveste.

Por fim, não te desejarei o fogo do inferno nem as brisas do paraíso, nem a paz de Gautama nem a guerra de canudos, nem a vida dos oceanos nem a morte de Hiroshima. Nada.
“O que não nos mata, só nos torna mais fortes.”
Tristemente,
H.V.B

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