sexta-feira, 23 de julho de 2010

AMEAÇA FANTASMA

“...às vezes é bom falar dos fracassados...” (Fred 04)

Desculpe-me mestre Yoda, perdoe-me Obi-Wan Kenobi, mas a Força tem estado fraca em mim ultimamente...

Não sei se é o meu mapa astral que anda invertido ou se minha administração orçamentária capenga é culpada disso; não sei se é o fim do mundo e a hecatombe ecológica que nos aguarda ou se é minha irremediável insegurança sentimental que provoca isso; não sei se é essa minha descrença desse tal sistema (no qual vivemos) que enaltece os medíocres ou se é simplesmente uma frustração artístico-acadêmica que me transforma nisso. Sei que meus paradigmas estão bem abalados nesses últimos tempos.

Uma ex-sogra certa vez me disse que me achava um sujeito muito inteligente e que por conta disso minhas metas não se realizavam. E faz um tremendo sentido! Vou explicar melhor a visão dela: por ser um sujeito inteligente, eu me sinto capaz de querer tudo que desejo, mas querendo tudo de uma vez, fatalmente não me dedico a nada. Por tanto, não passo em concursos públicos federais, não termino minha pós-graduação, não continuo dando aulas para o ensino médio, não edito e lanço meu livro de poesias, não boto minha banda pra frente, não leio os livros até o fim, não filmo os roteiros “geniais” que bolo, etc.

Eu tenho outra teoria complementar a essa. Na verdade, “pessoas inteligentes” como eu não gostam de se esforçar. Essa coisa do trabalho árduo, do suor escorrendo no rosto, é coisa de operário escravo. É coisa de servo. Somos metidos a aristocratas e achamos que tudo vai cair bonitinho em nosso colo. Por puro e absoluto merecimento. E por isso nos fudemos com alguma freqüência. É uma EMPÁFIA que carregamos dentro de nós! (Só pra usar um termo de minha amiga Eduarda Simone - ela também tem essa empáfia).

Contudo, tudo passa e essa fase já dá sinais de partida. Minha Força vai voltar e junto com ela minha Vontade. Vou continuar a viver minha vidinha de bom moço e seguir um conselho poético do grande Jedi Carlos Pena Filho: vou entrar no acaso e amar o transitório!