sábado, 11 de abril de 2009

Carta Inconsolada

Era bom demais pra ser verdade, estava bem demais pra ser real. Tudo muito sólido, duradouro, perspectivas novas e empolgantes. Agora vejo como nada é inexorável.

As mágoas são postas na mesa, mas a mesa não resiste a tantos fardos. As desculpas não são aceitas (nunca foram) e as culpas são engolidas a seco. Agora sei que os sabores mudam conforme nosso estado de espírito.

Sempre achei minha pequena inteligente e o meu amor burro. O ciúme é o cimento que liga os tijolos do desagrado. Sinto muito, mas não sou arrogante, sou inconseqüente. Desculpe-me, mas sou orgulhoso. Orgulhoso de minhas idéias, de minhas poesias, de minha morte, dos meus amores, do meu amor, de você.

Mesmo quando tento consolar e minhas palavras de consolo são ditas ridículas, perdou. Fico triste e chateado, porém perdou. É difícil de esquecer, mesmo assim perdou.

E quando sou pior ofendido e choro por não me achar (ou descobrir) super-homem o suficiente, perdou. Não a mim, mas perdou. Acho que ainda não recusei dormir ao teu lado. Ou menos, acho que ainda não recusei o toque seu.

Mas tudo bem: nada é inexorável.

Perdoe-me por ofender-te, mas pensava que entenderias as “bobagens” literárias de meus escritos. De nossas vidas. Achava antes que eles (os escritos) diziam respeito a nós e a nossas sutilezas. Agora vi como é perigosa a literatura até para quem se ama. Ou se amava.

Sinto tua falta. Ou senti naquela noite.

Ternamente,
H.V.B

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