sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

PELO PRAZER DE DIRIGIR (3)

SEXO: certamente eu não poderia deixar de falar dessa faceta incrivelmente poderosa proporcionada pelo nosso fetiche ao automotor.

Com efeito, sem o carro, fatalmente teríamos uma vida sexual muito menos intensa e provavelmente mais chata. Entendo que o álcool é um fator chave desinibidor para liberação sexual, mas sem um belo veículo adequado, a bebedeira pode se limitar a puro entorpecimento e ressaca fisiológica e moral – daí minha visão pessimista a respeito dessa tal Lei Seca, mas isso é assunto para um novo texto.

Eu poderia dar N exemplos aqui, coisas corriqueiras da vida social, associados ao uso do carro como mecanismo de proliferação sexual. Desde carros que são verdadeiros trios elétricos, cuja função é aproximar as fêmeas do tipo rebolativas; passando pelos super-turbinados, customizados e envenenados; até os modelos mais comuns, novos ou usados, contudo não menos potentes no sentido fálico da coisa.

Como disse, os exemplos são inúmeros, porém creio que um único e universal caso (universal dentro de sua especificidade) deve concluir com maestria minha explanação.

Imaginemos uma cena:
Você é um cantor medíocre e um compositor mediano que tem uma banda que conquistou – em um dado momento histórico-cultural muito propício – um nicho de mercado e um público cativo bem determinado, (o que inclui algumas grupies teenages do mundinho cult classe média!); depois do show, lá pelas tantas, duas fanzocas, visivelmente sob efeito de álcool, (olha ele aí dando uma força...), aparecem para você que simpaticamente oferece carona e as conduz até o seu magnífico possante, no caminho alguém muda de ideia e adivinhem: vocês acabam num motel.

E aí? Supreso? Eu não...
Tá certo que transar hoje em dia é a coisa mais fácil do mundo, mas se você estivesse de ônibus naquela noite, não tenha dúvidas meu querido leitor, gentilmente elas dariam para outro...

*

2 comentários:

Harim Britto disse...

Trata-se de um texto esclarecedor, lúcido e extremamente coerente. Eu recomendo.

Maíra Egito disse...

bem imparcial, de fato.