domingo, 14 de setembro de 2014

Strychnos Nux Vomica



Descobri recentemente um argumento cabal para minha hiperatividade noturna e meu sono diurno. Sempre fui taxado de preguiçoso e/ou de desleixado para com os compromissos matinais; no entanto, sempre achei isso uma burra injustiça comigo e com minhas elegantes (porém anarquicamente estruturadas) sinapses nervosas.


Aconteceu-me de de repente começar a cursar uma disciplina eletiva/opcional sobre homeopatia aqui no curso de Enfermagem Clínica da UFPB (já tinha eu uma curiosidade sobre como os médicos ocidentais enxergavam a coisa da energia vital e do equilíbrio da mesma!) e lá fui descobrir, ou pelo menos justificar, que posso ser de fato um sujeito com horários invertidos; sempre fui um notívago confesso e minha nobre mãe pode provar o que afirmo.

Pois bem, não vou ficar aqui explicando como funciona essa coisa toda quem quiser que pesquise, mas com o pouco de Freud que li e com as auto-especulações homeopáticas a respeito do meu Simillimum no mundo, percebi que estava mesmo certo em meu âmago soberbo e intelectualmente producente, que: geralmente funciono bem melhor nas escuras; na solidão da madrugada rida; na noite cheirosa e crua; na presença de espíritos silenciosos; na angustia da possibilidade de dar fim e completude ao todo que me resta e a tudo que me falta; na ideia insípida de Não-Ser o Ser por um breve e tranquilo momento congelante.


(já perceberam o quão entorpecedor é o aproximar-se do sono e a vizinhança da morte?).

Enfim, encontrei nessa nova pesquisa de minha vida homeopática coisas muito minhas e muito dos outros, (Personas, quiçá...?), que me deixaram feliz e aliviado como uma Natura Naturante e com o Cosmo inteiro e em pedaços; como quem lê o horóscopo chinês do jornal de Xangai, um pouco ressacado da vida anterior, num domingo nublado, e toma aquilo tudo como verdade-verdadeira-absolutamente-falsa, mas que não deixa de encontrar motivos para estar ali.