segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

No fim é tudo FUTEBOL


Ato 1

Pedalava para casa
{estava bebendo e era noite [ao mesmo tempo gritava: PRENDAM-ME OS PURITANOS (e refleti: será que existe um tempo de ser puritanamente preso?)] DENTRO DE UM VESTIÁRIO DE FUTEBOL FEMININO...}

(Quando cheguei em casa minha Mãe falava verborragicamente sobre o rádio e as notícias do rádio e os protestos da educação e o salário dos vermes dos vereadores...)

Lembro-me de quando era um tanto jovem e imberbe e sentia algo tão especial pelo meu Time, sentia que iria ser tudo diferente, sentia que podia ser antropologicamente igual; ou então somente um pouquinho mais ou menos igual!

Sempre achei que o mundo todinho (tomando Todynho) podia mesmo ser uma grande merda. – mas fiz parte dessa lombra louca toda que foi pintar o meu ESTÁGIO – Ah, conheci todos os recantos de uma arquitetura futebolística...

Ato 2

?Acho muito chato isso...!
Que tipo de amigo é esse que sempre tem só críticas?
Prefiro os “amigos” de clitóris... (disse alguém na platéia...)?
Parece bem agradável sentar a sombra do cajueiro e viver com as roupas cheias de nodoas... ?
Parece bem agradável, ser somente um ser deitado numa rede com os pés arrefecidos na água...?
Mas, tive que trabalhar...?

Ato 3

O sol era escaldante, como sempre é no subúrbio, e meus conhecidos falam errado pra caralho.

Pintávamos as arquibancadas do Mais Querido Clube das Multidões e Tarlos mandava assim com sua voz de rapaz musculoso:
- cigarro e café...
(e depois gritava):
CIGARRO E CAFÉ!
Riamos como peões bêbados de som e sol.
Ele dizia:
Olha o Pluct Ploct!
(era a venda de cigarro com chicletes...)

Depois dizia:
A seleção vai tocar aqui...
Eu perguntava:
Tocar o que?
E ele:
Vai tocar o terror, menino... Vai botar quente...
[OBS: Nem pensávamos em Tomário ainda.]

(sempre gostei de Tunga, acho que por influência do meu irmão; ainda gosto.)

Ato 4

Tinho sempre me protegia e eu era quase como um pupilo dele.
Teraldo queria algo a mais; ele era desse jeito, porém era de outro também.
Tardoso era muito chato e brigão pra cacete, embora retórico.
Tereira era muito louco e sempre condescendente, mas torcia por outro.
E Funk-Tulha era o mais foda, ele sofria de uma micose na época, meti IODO nele, e ele se fudeu com classe!
Mas Tunga era sempre Tunga!
Tomário, ainda era um chato sonho!

Ato 5

Percebi que o mundo não era só as arquibancadas.
Tive meu primeiro grande amor, simultaneamente a outros amores, e vive a falência dos que se amam.
Dona Terônica (mãe do amor naquele momento) me disse que o time dela ia vencer...
Venci dona Terônica e Tatrícia já não me queria mais.
Tatrícia anda só pela trácia e eu ando só pelos campinhos de pelada.

Perguntei a Tico sobre uma paixão:
E disse ele:
MULHER SÓ PRESTA QUANDO GOSTA DA GENTE.
Eu disse baixinho:
Eu sou insubstituível!
Ele disse em tom absurdamente normal:
Ela não pensa assim, meu querido.

{reflexionei só: quase tudo é futebol}

Um comentário:

Unknown disse...

Depois me conta a moral de substituir as iniciais dos nomes próprios por T. Que a paixão pelo Santinha, nos mantenha, puritanos, e doces... kkkk