domingo, 3 de fevereiro de 2008

A ODISSÉIA DE ULISSES – Um Zaratustra Empreendedor


Parte V

Tudo mudava, tudo se mexia, novos produtos, novas promoções, novos designers. Ulisses observava tudo e não parava de se doar para as prateleiras, para as cores das festas, para o interesse das promoções e para a qualidade das frutas.

Certo dia, em meio a uma promoção de morangos de Copenhague, foi surpreendido pelo Gerente General, que lá fazia uma inspeção de rotina com seus assessores.

- O que faz aqui?!

Perguntou a Ulisses, que de costas, detraído, conversava sussurrosamente com uma das muitas consumidoras que lhe pediam conselhos. Enquanto ele comia morangos, ela lhe falava o quanto apreciava estar ali, com ele, homem tão virtuoso e conhecedor das finas artes, conversando sobre a real origem dos morangos expostos ou coisas afins.

Sem a resposta que achava que merecia, G.G. pega-o violentamente pelo braço. Sua atenção se despedaça, seu corpo desequilibra, os morangos caem no chão. Ulisses vira-se para aquele senhor, que a esta altura já se arrependera do seu ato, tamanha a carga com que Ulisses passou a encará-lo.

- Se quiseres conversar, procure-me à tardinha na secção de pastelaria. Estou ocupado não vês. Sim! Sim! Estarei lá para meu desassossego crepuscular.

G.G. ab-rogado vai embora calado inspecionar outras Secções... Ficara impressionado com seu próprio comportamento. Por que não usara sua autoridade? Mas G.G. já chegara a uma idade em que já não queria mais pensar nesses problemas, ainda tinha o Supermercado inteiro para circular e contentou-se em perguntar sobre Ulisses ao seu assistente mais próximo.

- Já o conhecia. (disse o empregado) Ele mora aqui, não sei quanto tempo, é sempre visto perambulando por aí, parece conhecer bem este lugar, as clientes gostam dele, um pouco melancólico às vezes, mas quem não é?

G.G. prossegue então sua vida, pela imensidão do Supermercado, entre surpreendentes balanços contábeis e excitantes relatórios de auditoria...
E Ulisses, (?), também...

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