quarta-feira, 11 de julho de 2007

SUJO, tão SUJO quanto os BARES da Cidade

“...Quando os bares e os cinemas fecham
E as ruas fedem
E os homens fedem
E os homens fedem...”
(Juarez Correya)

A luxúria, realmente, é o grande traço na cara da humanidade; em qualquer ponto no tempo ou no espaço ela se apresenta e nos mostra seu poder de contrafeito. Ela, como não podia ser diferente, é também o trunfo [da deformidade (física) organizacional] de nossa sociedade moderna: nossa moderna degeneração.

{Os vícios (qualquer um, de qualquer tipo): [defeito grave que torna uma pessoa ou coisa inadequada para certos fins ou funções]} podem nos servir como clara referência empírica de nossa imperfeição. Num bar de verdade, por exemplo, tudo cheira a fluidos sexuais, vícios amontoados e rasuração promíscua; unem-se desordenadamente e intrometem-se nos órgãos genitais externos, na sensualidade, na volúpia.

Não existe nada mais impuro quanto nós e nossa inclinação para o mal; somos um agregado sem ordem nem distinção! Em alguns bares do decadente e fedorento centro da cidade {como o Savoy} travecos cochos e velhos pervertidos se masturbam mutuamente em banheiros imundos. Em outros, mais abastados, garotinhas do mundo cult classe média trocam carinhos bissexuais ao som de jazz e artistas plásticos multimídia. Nos subúrbios, dançarinas de brega se queixando por orgasmos são curradas por macacos banguelas que se esbaldam em bizarras e corruptas máquinas de caça-níquel. Nos bares ao redor da universidade, as fêmeas clamam pela cópula oferecendo preservativos lubrificados, enquanto os machos dividem sua relação de poder entre a sinuca e a embriagues – tudo adulterado com o fim de manipular os resultados. Nesses locais os homossexuais sempre esperam que lhes sobre algo, sendo assim tratados na maioria das vezes como exóticos de segunda divisão. Em algum momento a moralmente censurável “moral” surge com um pouco de castração, devassidão, flagelação, felação e outras libertinagens. De repente, e mais uma vez, as discussões sobre jogos e partes pudentas tomam todo o ambiente do bar. Isto só reflete mais uma real obsessão pelos hábitos prejudiciais; os homens adoram as disputas prenhes de testosterona e progesterona.

Toda essa conduta ou costume nocivo e condenável se mistura sem critério de seleção ou ordenação por conta da característica que distingue o macho da fêmea nos animais e nos vegetais – tornando-nos falsificados e estragados.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Saído do fervilhar informe dos outros seres vivos, criou uma confusão mais sutil, explorou com minúcia os males de uma vida arrancada de si mesma. De tudo o que empreendeu para curar-se de si mesmo, desenvolveu uma doença mais estranha: sua “civilização” não é mais do que o esforço para encontrar remédios para um estado incurável − e desejado. O espírito murcha ao se aproximar da saúde: o homem é inválido − ou não é. Quando, depois de ter pensado em tudo, pensa em si mesmo − pois só chega a este ponto pelo desvio do universo e como último problema que se coloca −, fica surpreso e confuso. Mas continua preferindo seu próprio fracasso à natureza que fracassa eternamente na saúde.
(Cioran)

Palloma Cavalcanti disse...

Sua cara ta ótima nessa foto, muito sóbrio. Sobre o textinho que retrata a Antropologia da luxúria, o método empregado é realmente válidos devido aos conceitos que aparecem nas roupagens devidas. Também é válido porque o panorama parece geral...mas isso não é uma questão de genero e nem da modernidade. A luxúria sempre esteve em tudo, não se esqueça de Erva e Cleópatra.
Beijão