quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre Casamento e a Possibilidade do Amor

A possibilidade do amor é algo que sempre me angustiou. Já escrevi algumas outras vezes sobre amores, desamores, relações e etc.; e o pior, sempre retorno ao tema quando minha saúde emocional desanda, mas só agora me ocorreu que nunca tratei de casamento! Ou tratei? Não lembro...

De qualquer forma, acho que a ideia de “casamento” tem tudo a ver com a execução dessa tal “possibilidade de amor” que descobri num pequeno artigo de jornal e pretendo compartilhar com vocês, agora, em poucas linhas. Pode até ser clichê, mas acredito que a possibilidade de amor e um casamento saudável passam por 4 (quatro) princípios básicos: Respeito, Adaptação, Doação e União.

(Esses princípios, postos assim como etapas, são imprescindíveis na transformação e na criação não só de um novo “Eu” no relacionamento, são também essenciais na manutenção de um novo “Nós”...)

O conceito de Respeito está intrinsecamente relacionado a ideia de lealdade, mas não necessariamente fidelidade, conheço casais que tiveram fases abertas em seus relacionamentos e que mesmo assim se mantiveram juntos e leais. O Respeito é menos contratual do que se pensa. O Respeito, e a lealdade a ele atrelado, carece de um outro princípio para vigorar que é a Adaptação; e para se adaptar ao companheir@ é preciso deixar para trás o passado. Carregar o passado consigo é evitar o encaixe e por tanto a possibilidade do amor.

Para que os dois princípios anteriores – Respeito e Adaptação – sejam bem aplicados (o que é difícil) naturalmente deve haver Doação por parte do casal, e doar-se não é simplesmente se dar; Doação aqui está mais pro caso do desapego. Pro fim do egoísmo e de qualquer mesquinhez. Afinal de contas, casar é também dividir as contas da vida. A Doação faz com que se divida não só as questões financeiras, como também as questões emocionais. A Doação compartilha o Respeito e encoraja a Adaptação. E isso gera cumplicidade de almas, o que nos leva ao 4º (quarto) e último princípio: a União.

Sem ingenuidade nem pobres moralismos, mas essa célula social (que é o casamento), no frigir dos ovos, é uma labuta constante em busca do Respeito, da Adaptação, de Doação e dessa tal União entre parceir@s que decidem tentar harmonizar e equilibrar amor carnal com amor romântico, fazendo dessa construção social (que é a possibilidade do amor) a forma de associação humana mais complicada e talvez a mais almejada de todos os tempos.


Obs: texto livremente inspirado em artigo de Leonardo Machado. Médico, palestrante espírita, escritor e compositor erudito.